A menina lia um livro.
E de tanto ler, a menina caiu
no livro.
E quando a menina caiu, rolou
indefinidamente nas páginas.
E quando rolou nas páginas,
tropeçou nas palavras.
E em cada palavra que
tropeçava, acendia uma luz mágica,
e em cada luz que acendia,
iluminava um mundo,
e em cada mundo iluminado,
surgia um novo mundo,
e em cada mundo surgido,
brotava-se um sonho.
Em cada sonho brotado, floria
uma realidade,
e em cada realidade florida,
frutificava uma canção,
e em cada canção frutificada,
germinava outro grão,
e em cada grão germinado,
sorria uma vida.
E em cada vida que sorria,
chorava uma mulher,
e cada mulher que chorava,
explodia uma paixão,
e em cada paixão explodida,
esfarelava-se uma bomba,
e em cada bomba esfarelada,
destituía-se um déspota.
Em cada déspota destituído,
brilhava uma nova esperança.
Em cada esperança que brilhava,
raiava um novo sol.
E em cada sol que raiava,
prateava-se uma nova lua,
e em cada lua que prateava-se,
uma menina lia um livro...
(Mauro Brandão)
Que bom encontrar este poema em seu blog. É o primeiro do livro Poemistérios do Amor e da Guerra, e é um dos que os leitores mais gostam. Um abraço!
ResponderExcluir