O dia começou como muitos outros. Eu andava sempre a correr,
tentando fazer muito mais do que cabia nas vinte e quatro horas do dia, não
dando atenção a ninguém ou a nada. Parecia que os filhos estavam sempre a
ensarilhar-se nos meus pés e, aos quatro anos e aos dezoito meses de idade,
claro que estavam, outra coisa não seria de esperar.
Ouvi
muitas vezes que estes eram os melhores tempos, que as crianças iriam crescer
rápido demais, que eu deveria aproveitar os momentos em que elas eram ainda
pequenas e necessitavam realmente da minha atenção. No entanto, eu não
conseguia ver tudo isso. Andava cega com o excesso de trabalho em cima da minha
secretária, a pilha de contas na caixa do correio e a longa lista de coisas a
fazer.
Estava uma manhã quente. Levei por isso as crianças lá para fora
e comecei a tirar ervas daninhas dos canteiros de flores, enquanto Emily e
Logan brincavam por perto. Estava feliz por ter um momento só para mim,
enquanto os miúdos permaneciam ocupados. Não demorou muito até que me
apercebesse que os dois estavam sentados debaixo de uma pequena árvore no
quintal, a olhar para os seus ramos e a cantar uma canção. Nós tínhamo-la
apelidado de “Árvore Emily”, apenas porque tinha sido plantada quando Emily era
ainda bebê.
Nesse primeiro verão, sentávamos a bebê na sua piscina de
brincar, ao lado do recém-plantado carvalho americano, espécie escolhida
precisamente pela sua capacidade de se desenvolver rapidamente.
E, agora, aqui estávamos nós — e os dias e meses tinham passado e
também Emily tinha crescido. E tinha-se tornado uma criança vivaça e curiosa,
sempre desejosa de aprender e explorar e de ajudar o seu irmãozinho Logan a
fazer o mesmo.
A curiosidade tomou conta de mim e aproximei-me para perguntar
porque estavam ali sentados, aparentemente a cantar para a minúscula árvore.
Logan apenas sorriu, mas Emily disse-me, com suavidade, na sua
vozinha pragmática: “Tens de passar algum tempo com as coisas, se queres que
elas cresçam lindas e fortes”. E virou-se, para terminar a sua canção.
Bom, as ervas daninhas não foram arrancadas naquele dia. Em vez
disso, entrei em casa, peguei numa manta e num farnel para piquenique e
juntei-me à minha filha e ao meu filho, debaixo da árvore Emily.
Carol Troesch
Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Steve Zikman
Chicken soup for the nature lover’s soul
Florida, HCI, 2004
(Tradução e adaptação)
Chicken soup for the nature lover’s soul
Florida, HCI, 2004
(Tradução e adaptação)
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