O LOBO E OS PASTORES
Certo dia o lobo amanheceu com o remorso pesando-lhe na alma e no coração, e em razão disso pôs-se a fazer uma retrospectiva sobre sua vida de animal predador, sim, mas que mata apenas por necessidade, para comer. E lá ia ele caminhando sem rumo pelo campo à fora, refletindo sobre sua tão comentada crueldade, até que ao fim de algum tempo não mais duvidou de que, realmente, ele e os de sua espécie eram temidos e odiados por todos, principalmente cães, aldeões e caçadores, que os tinham como inimigo comum e daí lhes moviam uma guerra sem tréguas.
Somos execrados - pensava ele - e por isso nossa cabeça é colocada a prêmio por qualquer fidalgo que se julgue importante. Como se isso não bastasse, desde a mais tenra idade todas as crianças são induzidas a nos temerem como se fôssemos criaturas bárbaras, e tudo por quê? Porque caçamos para sobreviver, já que ninguém nos alimenta. E se isso é criminoso, abominável, imperdoável, melhor seria pastar os brotos tenros do capim que cresce nas campinas, mesmo que assim fazendo corramos o risco de morrer de fome, já que tal destino é mil vezes melhor do que vivermos curvados sob o peso do ódio universal.
E dessa forma o dia se foi sem que o lobo o percebesse porque continuava mergulhado em seus pensamentos, até que ao cair da noite ele avistou à sua frente, em plena pradaria, alguns pastores ocupados em jantar um cordeirinho assado cujo aroma apetitoso chegava a uma razoável distância.
- Por Júpiter - exclamou o lobo -, eu aqui me condenando como réu de sangue desses carneiros, e lá estão os pastores e seus cães, que têm como tarefa a sua guarda e proteção, fazendo a mesma coisa que faço, sem que ninguém os condene por isso. E se é assim, por qual motivo terei eu, chamado por eles de lobo selvagem, que sentir vergonha e remorso do meu procedimento ?
E concluiu:
- Não, não e não! Jamais darei motivo para zombarem de mim! Continuarei caçando meus cordeirinhos como sempre fiz, pois tanto eles, como seus pais, mães e parentes, são presas que os meus dentes apreciam.
Moral da história: Cada um come o que lhe cai bem no estômago, pouco lhe importando a opinião do próximo.
Baseado em uma fábula de La Fontaine
Meu nome é Telma Régia Soares Bezerra
Sou Professora. Minha formação Acadêmica: Pedagogia, Língua Portuguesa e Pós Graduação em Língua Portuguesa.
Trabalhei na Secretaria de Educação de Crateús, onde acompanhava o 3º Ano e Educação Infantil (PAIC e PNAIC) e Eixo do Leitor, com o qual me identifico muito. Sou fascinada por histórias... Leio de tudo, desde a literatura infantil até a literatura adulta. Alguns autores me encantam, como Ricardo Azevedo, Ruth Rocha, Elias José, Luis Fernando Veríssimo, Luis Câmara Cascudo... Ah.... Uma infinidade deles... E, além de ler, gosto de contar histórias, de preferência as de humor e de encantamento.
Meu nome é Elizabeth Macedo de Sousa. Sou Professora. Minha formação acadêmica - Psicopedagogia. Atuava na Secretaria de Educação com o Eixo do Leitor e as turmas de Educação Infantil.
Gosto muito de contar histórias e trabalhos de artes. Quando estou contando histórias, me transponho para o mundo da fantasia.
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