Era uma vez um joelho que se chamava Juvenal.
Juvenal tinha um problema, coitado: vivia todo escalavrado. Também, quem
mandou Juvenal ser joelho de um menino levado?
Juvenal queria muito aprender língua de menino só pra falar assim:
“Menino, tem dó de mim!” Mas, quando o esfolado sarava, Juvenal bem que gostava
de correr e de saltar.
E ele se desdobrava e se dobrava outra vez todo alegre, pois sabia que,
indo e vindo, fazia o seu menino feliz. E ficava muito atento conversando com o
pé (pois joelho e pé se falam): “cuidado aí, companheiro ! Pode ser que no meio
do caminho tenha uma pedra... e aí, você tropeça e quem vai sofrer sou eu.
Mas não adiantava nda! O pé sempre tropeçava e lá ia o Juvenal outra vez
pra enfermaria.
O Juvenal era muito religioso! Mas tinha um pequeno problema com a
Semana Santa (que vinha logo depois das férias). Imaginem o Juvenal em que
estado ele ficava quando as férias acabavam. Aí, vinha a Semana Santa e o
Juvenal, coitado, todo cheio de esfolados, tendo tanto prá rezar.
Mesmo assim, o Juvenal gostava muito da vida. Do vento ventando nele,
quando o menino corria, todo feliz, pelo mundo.
E Juvenal adorava quando a água lhe batia até onde ele se achava para
ver se a água dava pé. Assim como o pé e a canela, ele também pensava: é o fino
ser um mergulhador submarino”.
Um dia, tudo ficou escuro para o Juvenal. E aí, ele descobriu que o
menino tinha crescido. E agora, em vez de short, calção ou calça curta, usava
calça comprida. Por isso, hoje, Juvenal, tem um pedido a fazer aos fabricantes
de calças: que tal criar um modelo de calça, sob medida, que tenha dois
buraquinhos, pro Juvenal ver a vida !?
Ziraldo
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