Uma borboleta multicolorida voava à noite quando percebeu uma luz brilhando ao longe. Curiosa e interessada ela se dirigiu imediatamente naquela direção, e chegando lá, descobriu que a claridade que a atraíra estava sendo produzida pela chama ardendo em uma pequena fogueira. Isso a deixou tão maravilhada que ela se pôs a rodear a chama em círculos cada vez menores, e ficou voando assim até decidir, em determinado momento, repetir naquela língua ardente o mesmo que fazia em todas as flores que procurava: passou bem rente a ela. Foi fazer tal coisa e no momento seguinte a borboleta se viu caída no chão, estonteada pela luz fulgurante e com a ponta de suas asas chamuscadas.
Perturbada e confusa, ela não conseguia entender o que tinha acontecido, já que não lhe era possível admitir que algo tão bonito como aquela luz maravilhosa pudesse causar algum mal a quem quer que seja. E recobrando suas forças a borboleta voou novamente em direção à chama, rodeou-a mais uma vez, duas vezes. e depois tentou pousar bem no meio dela, mas caiu queimada sobre os pedaços de madeira que alimentavam a luz brilhante que a atraíra até lá. E num último lampejo de vida, ainda teve tempo para murmurar arrependida:
- Maldita luz! Pensei que ia encontrar a felicidade em seu brilho, mas infelizmente achei a morte. Lamento agora o pensamento tolo que tive, e principalmente por ter descoberto, tarde demais, o quanto você é perigosa.
E a chama, que a ouvira, murmurou:
- Pobre e infeliz borboleta! Acreditou que eu era o Sol, quando na realidade sou apenas uma luz que queima os que de mim se aproximam sem a cautela necessária.
Moral da história: Os que são atraídos pelos prazeres mundanos e ignoram a verdade, só vão perceber tarde demais o quanto perderam com esse seu procedimento.
Baseado em uma fábula de Leonardo da Vinci.
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