Era uma vez uma foca fofoqueira, fogosa e
faceira. Fazia mil folias nas festas da família.
A foca fofoqueira fofocava sem parar. Falava e futricava e sua
cabeça fervilhava de tantos fatos que queria contar.
- Fica aqui para me ouvir! Falava
para quem se aproximasse. Queria fofocar as novidades. Não deixava
ninguém sair de perto enquanto não se cansasse de tanto fofocar. Falava
de fulano, de ciclano e de beltrano. Especulava, confirmava e desconfiava.
A Foca fofoqueira um dia de tanto falar ficou rouca e sua boca finalmente
se fechou. Foram todos olhar a foca que envergonhada fugiu.
Escondeu-se na floresta e na água mergulhou. Mas, a foca não se conformou
e buscou uma solução e mais que depressa procurou gargarejar com água e
sal, pois tinham lhe dito que fazia bem para voz rouca. A foca
queria ficar logo boa para voltar a falar sem parar. Mas enquanto
sua voz não melhorava, as coisas aconteciam e pela primeira vez a foca
fofoqueira não falava, só ouvia. Não era ela a porta voz, mas os
bichinhos quem traziam todas as fofocas do mundo que se acumulavam em
sua cabeça.
Uns falavam: – Você sabia?
Outros diziam: – Não te contaram?
Aquele outro afirmava: – Sabe aquela pessoa?
E o outro confirmava: - Sei que é verdade!
E a foca fofoqueira ficava irritada
por não conseguir falar nada.
Passou um dia, dois e três e nada da sua voz ficar
boa. Nesse tempo a foca fofoqueira teve que aguentar todas as fofocas
do mundo em seus ouvidos. Ficou chateada de tanto ouvir sem parar
as novidades e aprendeu que ficar ouvindo alguém falar demais e
sem parar da vida dos outros aborrece.
Quando ficou boa, a foca fofoqueira
não deixou de fofocar, mas aprendeu a ouvir também quem queria falar.
Ela falava e ouvia, ouvia e falava. A conversa ficou boa e
todos a escutavam e também contavam o que sabiam. E a fofoca tornou-se
uma grande conversação, pois novidade é bom, o que não é bom é fofocar
dos outros sem parar.
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