Um garoto
estava trepado no mutá, entre os galhos de uma árvore, pescando, quando passou
por ali a velha gulosa, que ao vê-lo, pediu-lhe que descesse. O garoto recusou
e a velha mandou um bolo de maribondos atacá-lo.
O rapaz
matou os maribondos e ela mandou um bolo de tocandiras. As ferroadas das
terríveis formigas fizeram com que o rapaz se atirasse à água e então a velha
pegou-o com uma rede e levou-o para casa. Aí preparou fogo sob o moquém para
moquear a sua caça.
A filha
da velha, porém, viu o moço e libertou-o, fugindo com ele, senão a mãe
matava-a. Os dois fugiram pelo mato e a velha foi atrás deles. Mas eles fizeram
numerosos balaios, transformaram-nos em animais: antas, capivaras, veados,
porcos, pacas, cutias. A velha ia comendo tudo e eles iam ganhando tempo.
Depois a moça não pôde mais acompanhá-lo e ele seguiu sozinho.
Ia
passando por uma árvore cheia de macacos quando ouviu o grito da velha
"can-can-can-can!". Pediu aos macacos que o escondessem, eles o
esconderam no pote de mel.
A velha
passou sem vê-lo e ele seguiu.
Ia
passando perto da casa da surucucu quando ouviu de novo o grito da velha. Pediu
asilo à cobra, que o escondeu ao fundo da toca. Mas ouviu que a cobra macho
mandava a mulher preparar o moquém para o comerem e pediu socorro ao maracanã
que comeu duas surucucu. O moço então saiu, andando pelo campo e quando chegou
à margem dos lagos, ouviu de novo o grito da velha que vinha vindo. Pediu ao
tuiuiu que o levasse para longe. O tuiuiu o fez subir às suas costas e bateu as
grandes asas, levando-o até pousar no alto de uma árvore, dizendo ao moço que não
podia prosseguir, estava cansado.
O moço viu do alto da árvore uma choupana e
foi lá. Morava nela uma velhinha bondosa que lhe deu de comer. O moço
contou-lhe a história toda: quando era garotinho fora apanhado pela velha
gulosa. Desde então vinha fugindo e agora era um homem feito.
A velha
bondosa olhou-o bem, reconheceu nele seu filhinho desaparecido havia muitos
anos. Ficou muito alegre. Os dois se abraçaram e cantaram de satisfação. E
desde então o moço ficou na casa com sua mãe e a velha gulosa nunca apareceu
por ali.
("A
velha gulosa". Diário do Paraná. Curitiba, 15 de maio de 1960)
Péssimo Texto cheio de erros de ortografia uma hora fala que rapaz e outra que a garoto
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