A MULA







          Uma mula vivia folgadamente nas terras do seu dono, recebendo alimentação farta e sem ser exigida em qualquer tipo de trabalho. Em razão disso ela acabara ficando extremamente vaidosa e arrogante, correndo pelo pasto de maneira petulante, fazendo pouco caso dos outros animais da fazenda e não perdendo oportunidade para lhes dizer com cara de quem tem o rei na barriga:

          - O meu pai certamente era um belo e valoroso garanhão de raça pura, e foi dele que eu herdei essa velocidade, essa resistência, essa graça no andar e essa beleza de porte que vocês tanto admiram em mim.

          Pouco tempo depois seu dono a levou em uma longa jornada, usando-a como burro de carga. Foi então que em certo trecho do caminho, sentindo-se muito cansada, a mula murmurou desconsolada:

          - Creio que me enganei redondamente em relação a meu pai, pois pelo que estou percebendo agora, é quase certo que ele não tenha sido outra coisa senão um simples asno.

         
 Moral da história: Ao acreditarmos ser aquilo que não somos, estamos plantando em nós mesmos as sementes do desencanto e da frustração.

Baseado em uma fábula de Esopo

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