A panela de ferro propôs à panela de barro que as duas saíssem juntas em pequena excursão pelas cercanias de onde moravam, mas a segunda, por prudência compreensível, se recusou a sair do cantinho que ocupava no fogão. E explicou à sua companheira de cozinha:
- Basta um pequeno toque, por menor que seja, para que eu me veja reduzida a pedaços. Isso porque sou feita de argila, e por isso mesmo, totalmente frágil e indefesa. Ao contrário da senhora, minha cara panela de ferro, que não teme nem mesmo as pancadas mais duras e vigorosas porque como seu corpo é rijo e forte, ele capaz de suportar facilmente esses golpes.
Mas a panela de ferro prometeu protegê-la de tudo que pudesse lhe fazer mal, inclusive servindo como escudo contra qualquer coisa capaz de lhe provocar dano. E assim, convencida pelos argumentos da companheira mais forte, a panela de barro iniciou com ela a jornada pretendida, se bem que com certa dificuldade, pois como suas três pernas não lhe permitiam andar com desenvoltura, ela cambaleava ou tropicava em cada passo dado, ameaçando cair a todo instante. Dessa forma, lá iam as duas panelas pela estrada, esbarrando com freqüência uma na outra, até que, mal tinham dado vinte passos, um encontrão mais vigoroso da panela de ferro reduziu a panela de barro a muitos cacos.
Moral da história: O fraco não deve se ligar ao poderoso, mas sim procurar companhia entre os seus iguais. Isso porque a vida ensina que o fraco sempre sucumbe diante do mais forte.
Baseado em uma fábula da La Fontaine
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