A Neve
A montanha era alta e se achava coberta de gelo. Lá em cima, no ponto mais alto, uma pequena ponta de pedra teimava em se manter à mostra, e nela um pequenino floco de neve que acabara de descer do céu se agarrara firmemente, apreciando dali o panorama aberto à sua frente. E quanto mais ele olhava aquela imensidão de chão estendido diante de si, à sua direita e à sua esquerda, mais pensava consigo mesmo:
- As pessoas lá embaixo devem imaginar que por estar aqui em cima, sou convencido e presunçoso. E eles têm razão quando supõem que eu seja desse jeito, porque como posso permanecer onde estou sem sentir vergonha desse privilégio de parecer um rei, com o restante da neve abaixo de mim, me admirando nessas alturas. Mal sabe esse povo que o Sol, se quiser, pode me derreter com um simples olhar, como fez com muitos de meus companheiros que aqui chegaram sem saber das coisas, e eu não quero que o mesmo aconteça comigo. Pensando bem, acho que se eu descer para um nível mais seguro conseguirei escapar do calor solar, porque estarei mais distante de sua fonte.
Dizendo isso o pequenino floco de neve atirou-se montanha abaixo, e quanto mais ele rolava, maior se tornava, transformando-se pouco a pouco em imensa bola de neve que com a força de seu deslocamento provocou uma avalanche que só não avançou mais porque o vale existente ao pé da elevação deteve sua corrida desenfreada. E com isso o floco de neve ficou lá no fundo, cercado por milhões e milhões de outros flocos iguais a ele, o que lhe deu a tranquilidade que buscava: a de se considerar finalmente livre da ação destruidora do Sol.
Mas quando o verão chegou a neve acumulada derreteu-se pouco a pouco por força do calor da nova estação, e o pequeno floco de neve foi o último a sucumbir diante da luz clara e forte que vinha lá das alturas.
Moral da história: Ninguém consegue escapar do seu destino.
Baseado em uma fábula de Leonardo da Vinci
Meu nome é Telma Régia Soares Bezerra
Sou Professora. Minha formação Acadêmica: Pedagogia, Língua Portuguesa e Pós Graduação em Língua Portuguesa.
Trabalhei na Secretaria de Educação de Crateús, onde acompanhava o 3º Ano e Educação Infantil (PAIC e PNAIC) e Eixo do Leitor, com o qual me identifico muito. Sou fascinada por histórias... Leio de tudo, desde a literatura infantil até a literatura adulta. Alguns autores me encantam, como Ricardo Azevedo, Ruth Rocha, Elias José, Luis Fernando Veríssimo, Luis Câmara Cascudo... Ah.... Uma infinidade deles... E, além de ler, gosto de contar histórias, de preferência as de humor e de encantamento.
Meu nome é Elizabeth Macedo de Sousa. Sou Professora. Minha formação acadêmica - Psicopedagogia. Atuava na Secretaria de Educação com o Eixo do Leitor e as turmas de Educação Infantil.
Gosto muito de contar histórias e trabalhos de artes. Quando estou contando histórias, me transponho para o mundo da fantasia.
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