A RAPOSA SEM RABO
Dizem que as armadilhas para pegar animais são preparadas por caçadores, mas idealizadas pelo diabo. Verdade ou mentira, o fato é que uma raposa esperta por natureza, mas extremamente ladina pela experiência que a vida lhe dera, distraiu-se e acabou sendo apanhada por uma delas, mas teve tanta sorte que conseguiu escapulir da arapuca perdendo apenas o rabo.
Envergonhada com a mutilação que sofrera, a raposa passou a pensar em como poderia conviver com o problema sem demonstrar inibição ou trauma, e essa oportunidade apareceu quando ela e as da sua espécie foram convocadas para uma assembleia destinada a discutir problemas ligados à demarcação dos territórios de caça. Foi assim que em certo momento, depois que a reunião já havia começado, a raposa desrrabada dirigiu-se às suas colegas dizendo:
- Fiquei sabendo que muitos cães que andam por nossos sítios estão com o rabo cortado rente, o que me faz pensar que essa talvez seja moda lá fora. Pensando nisso foi que cheguei à conclusão de que a providência que eles tomaram é de grande utilidade, pois de que nos serve o penduricalho que trazemos dependurado em nosso traseiro, essa coisa que precisa ser arrumada com cuidado quando deitamos, que é sensível ao calor e ao frio, e que além disso vive cheia de poeira, de água ou de lodo? Diante dessa constatação, dou a vocês o meu conselho: se a moda é boa, merece ser seguida, e por isso acho que cada uma de nós deve cortar o respectivo rabo, para acompanhar o que a modernidade está nos mostrando.
Mal ela acabou de falar e uma das raposas mais antigas, doutora em malandrice, levantou-se, encarou a plateia e sugeriu:
- Minha amiga, sou capaz de apostar que você já está usando essa nova moda. E se é assim, por favor, vá até aonde todas nós possamos vê-la e dê meia-volta.
Desafiada dessa forma, e não podendo disfarçar sua situação, a raposa sem rabo não teve melhor alternativa senão retirar-se apressada, debaixo de apupos e assobios que a plateia lhe endereçava.
Moral da história: É lamentável acreditar que quando coisas erradas são feitas por muitos, elas passam a se tornar aceitáveis por todos.
Baseado em uma fábula de La Fontaine
Meu nome é Telma Régia Soares Bezerra
Sou Professora. Minha formação Acadêmica: Pedagogia, Língua Portuguesa e Pós Graduação em Língua Portuguesa.
Trabalhei na Secretaria de Educação de Crateús, onde acompanhava o 3º Ano e Educação Infantil (PAIC e PNAIC) e Eixo do Leitor, com o qual me identifico muito. Sou fascinada por histórias... Leio de tudo, desde a literatura infantil até a literatura adulta. Alguns autores me encantam, como Ricardo Azevedo, Ruth Rocha, Elias José, Luis Fernando Veríssimo, Luis Câmara Cascudo... Ah.... Uma infinidade deles... E, além de ler, gosto de contar histórias, de preferência as de humor e de encantamento.
Meu nome é Elizabeth Macedo de Sousa. Sou Professora. Minha formação acadêmica - Psicopedagogia. Atuava na Secretaria de Educação com o Eixo do Leitor e as turmas de Educação Infantil.
Gosto muito de contar histórias e trabalhos de artes. Quando estou contando histórias, me transponho para o mundo da fantasia.
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