Aurora, a fada da criatividade, era a professora de Clarisse. Ela dava aula nos Jardins da Imaginação e as fadas crianças aprendiam tudo acompanhando de perto o que a sábia professora ensinava. Todas as aulas eram bastante animadas! As crianças se divertiam voando pelos jardins e na hora do lanche comiam nuvens de algodão doce com frutas das árvores. Ao final das aulas, Aurora sempre alertava seus alunos para voltarem para casa com cuidado, ela e todas as fadas mais velhas temiam que Stuart, o bruxo malvado que prendia as fadas, pegasse alguma fadinha criança que estivesse indo pelo lado errado dos Jardins.
Certa vez, Clarisse fingiu que não ouviu a professora falar do lado que morava Stuart, então ela resolveu ir voando até lá para olhar de perto o famoso bruxo que assombrava a todas as fadas de Fairyland. Curiosa e sozinha, ela se afastou muito de sua cidade e chegou ao Vale das Sombras. Este vale era sombrio e cheio de árvores sem folhas, que faziam caretas quando alguém passava. Não havia muitos animais, apenas hienas magras e feias que rosnavam dia e noite.
Clarisse se aproximou da caverna em que Stuart dormia e roncava como se fizesse o som de um trovão. Ele não fazia ideia de que havia uma pequena fadinha em sua casa, e se soubesse ele correria atrás dela e a prenderia em sua caverna para sempre.
Enquanto isso, Olga, mãe de Clarisse, se preocupava porque sua filha não havia voltado da escola. Ela ligou para a professora Aurora que disse que Clarisse tinha ido embora para casa há muito tempo. Apavorada, ela convocou os guardas de Fairyland que resolveram sair à procura da fadinha desaparecida. Eles levavam com eles os cães policiais que voavam para ajudarem a encontrá-la e toda a vizinhança se predispôs a procurar por Clarisse.
Voa daqui, voa dali e de repente… Ahaaaa! Um cão policial encontrou um dos lacinhos que Clarisse usava na cabeça, depois foi só continuar seguindo o rastro de luz que a menina havia deixado no ar para descobrir que ela estava em perigo, pois havia chegado na região em que era totalmente proibida a visita de uma fada, principalmente, criança.
Clarisse observava Stuart, mas sem perceber, esbarrou num vaso de planta carnívora e fez com que a planta gritasse chamando pelo malvado bruxo. Quando ele acordou e viu uma pequena fadinha dentro de sua casa, ele arregalou os olhos e disse com sua voz grossa e um tanto rouca:
– Quem é você? Como se atreve vir à minha casa sozinha? Não sabe que eu sou o bruxo malvado que todas as fadas temem?
Paralisada, Clarisse começou a chorar compulsivamente. Neste instante, Stuart aproximou-se da menina, esticou suas mãos, puxou-a para perto de si e disse:
– Não chore! Eu sempre quis receber uma visita aqui em minha caverna, mas todos acham que eu sou um bruxo maldoso que só pensa em devorar as fadinhas!
– Quer dizer que você não vai me prender aqui? Perguntou Clarisse secando suas lágrimas.
Os guardas de Fairyland chegaram com seus cães e com Olga. Quando estavam prontos para atirar viram que a menina e o bruxo estavam rindo e conversando com uma xícara de chá de rosas nas mãos. A mãe de Clarisse disse que a menina teve muita sorte de Stuart não ser um bruxo maldoso, mas ela não deveria ter se arriscado assim sozinha numa região que ela não conhecia bem.
A partir desse dia, Stuart passou a visitar a todas as crianças-fadas e Clarisse sempre ia até sua caverna levar alguns bolinhos de chuva para seu novo amigo. Stuart saiu da infelicidade que vivia e se tornou o bruxo mais amável que a terra das fadas já viu. Ele ia à escola das fadas contar historinhas de terror, brincava de mágica com as crianças, fazia bonequinhos de neve no inverno e regava as flores na primavera. Além disso, ele começou a ajudar aos guardas de Fairyland para que nada de ruim acontecesse a suas novas amigas fadas. Agora que as fadas não temiam mais nenhum bruxo e todos viveram felizes para sempre.
Adriana da Silva Felisbino
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