Num reino distante, onde tudo ia bem, havia um rei muito rico mas muito
infeliz.
Não havia o que fizesse o rei sorrir. Vivia a lamentar-se pelos cantos e
a queixar-se de tudo, numa infelicidade só.
Os médicos não sabiam mais o que fazer nem que medicamento receitar-lhe
para melhorar sua tristeza. Do mesmo modo, não havia artista, cantor, bailarina
ou comediante que conseguisse mudar o humor do rei.
Procurando uma solução extrema, os ministros mandaram buscar um famoso
sábio que morava sozinho nas montanhas.
O sábio examinou o rei de todas as maneiras e chegou a esta conclusão:
– Vossa majestade só recuperará a felicidade no dia em que usar a camisa
de um homem feliz. Mas tem de ser um homem feliz mesmo. Alguém que esteja
completamente satisfeito com a vida.
Com essa esperança à frente, os ministros despacharam lacaios para todos
os cantos, em busca do tal homem feliz. Quando o encontrassem, tinham ordem de
pagar qualquer quantia por sua camisa.
Mas, por mais que vasculhassem até os confins do reino, nada de
encontrar qualquer pessoa que se dissesse realmente feliz. Todos sempre tinham
alguma queixa, alguma coisinha que lhes deixava infeliz.
Os lacaios já estavam desanimando, quando encontraram um camponês a
trabalhar duro, suando, manejando a enxada e... cantando!
Falaram com o homem. Ele, sempre sorrindo, confessou-se completamente
feliz.
Disse que adorava seu trabalho, adorava sua mulher, seus amigos eram
fiéis e prestativos e tinha filhos lindos e maravilhosos.
Convencidos de que, afinal, tinham conseguido encontrar o que
procuravam, os lacaios perguntaram quanto o homem queria para vender sua camisa
ao rei.
O homem feliz arregalou os olhos, surpreso, e respondeu:
– Minha camisa? Mas eu sou tão pobre que não tenho nem mesmo uma camisa!
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