Era uma vez um jovem agricultor chamado Agapito. Havia deixado sua aldeia há três anos, para tentar a sua vida em uma fazenda longe de sua casa. Durante três anos trabalhou arduamente, sem descanso. E, ao final desse período, sentiu vontade de voltar para casa. Afinal, o Natal se aproximava e ele pensava em receber um bom dinheiro pelos serviços prestados e comprar alguns presentes para sua família. E também para a filha da vizinha, Panchita, que deveria estar linda. Estranhou ao receber o salário. Não compreendia muito bem as contas que o capataz fazia... “_Por três anos de trabalho receberá... aluguel e comida a descontar... perda de uma machadinha a descontar... por sua negligência, dez árvores produziram menos...a descontar... Banhou-se no rio da fazenda ... a descontar. Respirou o ar da fazenda ... a descontar. Bem, eis, então, seu ganho: três moedas de cobre”. O rapaz ainda tentou argumentar, mas não conseguiu nem resposta do capataz. Então afastou-se lentamente... em sua mão apenas três moedinhas de cobre. Era tudo!
Resolveu que não gastaria ainda, viajaria a pé o dia todo e comeria depois. À noitinha chegou à pequena cidade. Ao passar por uma vitrine de uma loja de doces, ficou deslumbrado. Havia flores de açúcar, de todas as cores, muito lindas. Uma moeda de cobre era o que custava cada uma. Comprou uma vermelha para presentear Panchita. Agora, com apenas duas moedas comeria pouco, e pronto!
A cidade foi adormecendo. Agapito estava cansado e sentia muita fome, mas preferiu deixar para comer no dia seguinte antes de seguir o caminho de casa. Foi até a uma fonte pública e bebeu muita água para distrair o estômago. Foi quando percebeu um homem quase sem forças com uma tigela na mão tentando pegar água. Parecia muito doente. Então, Agapito ajudou o velho homem a beber a água.O homem estava tão fraco que era incapaz de segurar a própria tigela e Agapito sabia bem do que é que ele sofria, era fome. Agapito então correu até um vendedor de tortilhas e pediu uma porção bem farta, pagou com uma de suas duas moedas e ofereceu as tortilhas ao homem, que comeu todas, lentamente apreciando cada mordida. Em agradecimento, o velho ofereceu um presente para o rapaz, em um pequeno saco. – É para você...A felicidade, talvez, disse ele. Eram sementes redondas e amarelas, da cor do ouro. Agapito aceitou e, cansado, caiu no sono ali mesmo na praça. No dia seguinte, não viu mais o velho e resolveu tomar seu caminho rumo à sua aldeia, tendo em sua bagagem uma moeda de cobre, as sementes que o velho lhe dera e a flor para Panchita.
No final do
dia, chegou faminto à outra pequena cidade e, com apenas uma moeda, resolveu
procurar uma estalagem para comer e dormir. Enquanto esperava para ser
atendido, ouviu um homem à mesa que dizia para a dona da estalagem:
- Chica,
traga-me rápido a comida e eu lhe contarei um belo sonho. A mulher
sentou-se em sua mesa e o homem contou o sonho, que Agapito também ouviu. –
Sonhei que uma deusa de cabelos longos e negros como a noite era minha esposa.
Nós morávamos bem no meio de uma floresta com árvores estranhas que tinham
galhos curtos e dourados. A população de minha aldeia entrava nesta floresta
com cestos vazios e saiam felizes com cestos repletos desses galhos. E aquele
que colhesse um galho de ouro na floresta estaria livre da fome. Neste lugar
todos eram felizes e vinham à nossa floresta e colhiam braçadas de galhos de
ouro e partilhavam uns com os outros toda essa riqueza e felicidade. E eu
olhava toda aquela gente e me sentia ainda mais feliz... Minha deusa dançava na
floresta, linda, com uma rosa em seu vestido. Não é belo o meu sonho?”
Agapito ficou impressionado e pensou: “este homem parece ter sorte e tem tudo o que quer, não precisa de um sonho para ser feliz. Se eu gastar minha última moeda com comida, amanhã ainda terei fome. Mas, se eu comprar esse sonho, serei feliz amanhã, e depois, e depois... E levarei esse sonho para minha aldeia”. Então, aproximou-se do homem e disse: - Quero comprar o seu sonho. O homem ficou assustado e começou a rir. – O quê? Você quer comprar o meu sonho? Mas para que ele poderá lhe servir? - Eu quero levá-lo de presente de Natal para minha família. Ele me servirá para fazer meu povo feliz. Aqui está o dinheiro. E Agapito colocou sua última moeda sobre a mesa. O homem não podia acreditar. – Rapaz, sonho não se vende, sonho não se compra, guarde sua moeda. Mas Agapito insistiu tanto que o homem respondeu: - Uma moeda? É pouco, mas ainda é muito para pagar um sonho. Guarde seu dinheiro eu lhe dou o sonho. E Agapito reagiu: - Não estou mendigando, Quero comprar o seu sonho. Vendo que o rapaz falava com seriedade e convicção, vendeu-lhe o sonho por uma moeda de cobre.
Agapito ficou impressionado e pensou: “este homem parece ter sorte e tem tudo o que quer, não precisa de um sonho para ser feliz. Se eu gastar minha última moeda com comida, amanhã ainda terei fome. Mas, se eu comprar esse sonho, serei feliz amanhã, e depois, e depois... E levarei esse sonho para minha aldeia”. Então, aproximou-se do homem e disse: - Quero comprar o seu sonho. O homem ficou assustado e começou a rir. – O quê? Você quer comprar o meu sonho? Mas para que ele poderá lhe servir? - Eu quero levá-lo de presente de Natal para minha família. Ele me servirá para fazer meu povo feliz. Aqui está o dinheiro. E Agapito colocou sua última moeda sobre a mesa. O homem não podia acreditar. – Rapaz, sonho não se vende, sonho não se compra, guarde sua moeda. Mas Agapito insistiu tanto que o homem respondeu: - Uma moeda? É pouco, mas ainda é muito para pagar um sonho. Guarde seu dinheiro eu lhe dou o sonho. E Agapito reagiu: - Não estou mendigando, Quero comprar o seu sonho. Vendo que o rapaz falava com seriedade e convicção, vendeu-lhe o sonho por uma moeda de cobre.
Agapito saiu da estalagem feliz por ter comprado um bonito sonho e já pegava o caminho quando Chica veio correndo ao seu encontro. - Você vai para Sierra? Eu queria que passasse por Achulco, a aldeia onde mora minha mãe. Conte a ela seu sonho. Minha mãe é sozinha e triste. Ela ficará feliz com seu bonito sonho. E diga que lhe mando lembranças.
Ela então
entregou-lhe uma sacola com tortilhas, pão, tomates e pimenta para a sua
viagem.Ele não pode negar o pedido e logo, à tarde chegou ao vilarejo e
procurou pela mulher. Curiosos lhe seguiram até a porta da mãe de Chica,
queriam saber das novidades. Logo a sala da casa estava cheia, e a mãe pediu
silêncio. - Este rapaz tem um sonho magnífico para contar e minha filha o
mandou aqui para que me contasse. Então, ele contou seu sonho e encantou
a todos do vilarejo.
Pela manhã, estava
de partida quando um homem veio procurá-lo.
- Minha mulher e filhos moram num vilarejo que fica a um dia de caminhada daqui. Se você for passar por lá, poderia contar-lhes seu sonho? No vilarejo seguinte, outro pedido, desta vez de um homem que pediu para que ele fosse à outra aldeia contar o sonho a seu pai.
- Minha mulher e filhos moram num vilarejo que fica a um dia de caminhada daqui. Se você for passar por lá, poderia contar-lhes seu sonho? No vilarejo seguinte, outro pedido, desta vez de um homem que pediu para que ele fosse à outra aldeia contar o sonho a seu pai.
E assim, muitos
começaram a aguardar que Agapito, já conhecido como o comprador de sonhos,
chegasse e contasse o seu sonho. A notícia corria de boca em boca... e por
várias vezes ele se desviou de sua rota par contar seu sonho por encomenda de
alguém.
Até que um dia,
três anos depois, perto do Natal, finalmente chegou em seu vilarejo. Logo
na entrada, viu um bela jovem de cabelos longos e negros com a noite, era
Panchita. Seu coração palpitou forte e então ele lhe entregou a delicada rosa
de açúcar vermelha, que ainda carregava em sua sacola, junto com as sementes
entregues pelo velho faminto.
Todos estavam felizes com sua volta. E à noite, em torno da fogueira, ele contou seu sonho. Panchita, sentada ao seu lado, com a rosa vermelha se destacando em seu vestido branco, perguntou o que poderia ser aquela floresta. Agapito então, sem saber por quê, lembrou-se de suas sementes. E pegou-as do bolso.
– Não sei disse ele, mas gostaria de plantar
essas sementes que ganhei a caminho de casa. Vamos plantá-las... junto
com meu sonho.
O tempo passou e, alguns anos depois, numa bela manhã de outono, Agapito abriu sua janela para os campos e sorriu com o que viu. Lá havia uma bela floresta: o milho amadurecera e, de tão bonito, de tão maduro, parecia de ouro. Seu povo colhia o milho, feliz da vida. E no meio daquela floresta dourada, Panchita dançava com os cabelos soltos ao vento, cabelos longos e negros como a noite... e, de tão bela, parecia uma deusa!
O tempo passou e, alguns anos depois, numa bela manhã de outono, Agapito abriu sua janela para os campos e sorriu com o que viu. Lá havia uma bela floresta: o milho amadurecera e, de tão bonito, de tão maduro, parecia de ouro. Seu povo colhia o milho, feliz da vida. E no meio daquela floresta dourada, Panchita dançava com os cabelos soltos ao vento, cabelos longos e negros como a noite... e, de tão bela, parecia uma deusa!
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