Um homem casara com excelente mulher, dona de casa arranjadeira e
honrada mas muito gulosa. Para disfarçar seu apetite fingia-se sem vontade de
alimentar-se sempre que o marido a convidava nas refeições. Apesar desse
regime, engordava cada vez mais e o esposo admirava alguém poder viver com tão
pouca comida. Uma manhã resolveu certificar-se se a mulher comia em sua
ausência. Disse que ia para o trabalho e escondeu-se num lugar onde podia
acompanhar os passos da esposa.
No almoço, viu-a fazer umas tapiocas de goma, bem grossas, molhadas no
leite de coco, e comê-las todas, deliciada. Na merenda, mastigou um sem número
de alfenins finos, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar matou um capão,
ensopou-o em molho espesso, saboreando-o. À ceia, devorou um prato de
macaxeiras, enxutinhas, acompanhando-as com manteiga.
Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se fatigado. Chovera o dia
inteiro e o homem estava como se estivesse passado, como realmente passara, o
dia à sombra. A mulher perguntou:
— Homem, como é que trabalhando na chuva você não se molhou?
O marido respondeu:
— Se a chuva fosse grossa como as tapiocas que você almoçou, eu teria
vindo ensopado como o capão que você jantou. Mas a chuva era fina como os
alfenins que você merendou e eu fiquei enxuto como as macaxeiras que você ceou.
A mulher compreendeu que fora descoberta em seu disfarce e não mais
escondeu o seu apetite ao marido.
(Em Cascudo, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Belo
Horizonte, Itatiaia; São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1986.
Reconquista do Brasil, 2ª série, 96, p.217)
Odiei esse texto
ResponderExcluirConsidero que o texto é muito inadequado e antiquado. Aborda, de forma jocosa, a compulsão, o machismo, a enganação... não salva nada!
ResponderExcluirNa sua opinião,por que a mulher disfarçava sua gula
ResponderExcluireu até que gostei do texto
ResponderExcluirQue bosta de texto
ResponderExcluirMais que merda hein esse texto é um👌🏻
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