Eram
quatro irmãs tatibitates e a mãe delas tinha desgosto com esse defeito. Como as
queria casar, aconselhava que não falassem diante de gente estranha, dando uma
impressão má.
- Quem falar, não casará, ameaçava a velha.
Uma vez, saíra a mãe, e as quatro moças estavam em casa quando apareceu um rapaz bem vestido, pedindo um copo d’água para beber.
A mais velha correu para buscar a bilha mas o fez tão estouvadamente que lhe escapou das mãos e espatifou-se no chão.
A moça, não se contendo exclamou:
- Lá si quêbou a tatinha de mamãe!(Lá se quebrou a quartinha da mamãe!).
A segunda:
- Que si quebou, que si quebasse!(Que se quebrou, que se quebrasse!).
A terceira, lembradas das recomendações maternas:
- Mamãe nun dissi que a genti nun fáiásse (Mamãe não disse que a gente não falasse?).
A última, tranquila pela sua conduta:
- Eu, cumu nun faiêi, cazaêi! (Eu, como não falei, casarei!).
- Quem falar, não casará, ameaçava a velha.
Uma vez, saíra a mãe, e as quatro moças estavam em casa quando apareceu um rapaz bem vestido, pedindo um copo d’água para beber.
A mais velha correu para buscar a bilha mas o fez tão estouvadamente que lhe escapou das mãos e espatifou-se no chão.
A moça, não se contendo exclamou:
- Lá si quêbou a tatinha de mamãe!(Lá se quebrou a quartinha da mamãe!).
A segunda:
- Que si quebou, que si quebasse!(Que se quebrou, que se quebrasse!).
A terceira, lembradas das recomendações maternas:
- Mamãe nun dissi que a genti nun fáiásse (Mamãe não disse que a gente não falasse?).
A última, tranquila pela sua conduta:
- Eu, cumu nun faiêi, cazaêi! (Eu, como não falei, casarei!).
(Dáhlia Freire Cascudo -
Natal - Rio Grande do Norte)
Bilha – Vaso bojudo, feito geralmente de cerâmica, de gargalo estreito, com ou sem alça pra conter água; Moringa, quartinha.
Quartinha – O mesmo que bilha.
Tatibitates – Pessoas que falam trocando certas consoantes; Gago, tartamudo.
Fonte: (texto) CASCUDO Luis da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Rio de janeiro : Editoro, 2000. p.249.
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