Na floresta morava um urso muito brincalhão. Seu nome era Tiff. Ele morava
em uma caverna com um belo jardim, junto com sua esposa, a ursa Clara e seu
filhotinho, o ursinho Mimo. Ele gostava muito de seu filhote e o protegia
contra todos os perigos que pudessem lhe ameaçar. Mimo gostava de brincar no
jardim e Tiff estava sempre por perto, afugentando as abelhas que vinham pousar
nas flores, com medo que alguma delas picasse seu filhote.
Além de brincar com seu filhotinho, Tiff gostava muito de comer mel. Era seu alimento favorito.
Certo dia, Tiff sentiu uma grande vontade de comer mel. Olhou ao redor e encontrou uma colmeia em uma árvore próxima. Com muito cuidado, se aproximou da árvore, já sentindo o cheiro delicioso daquela guloseima que ele tanto gostava. Era primavera e a floresta estava cheia de flores de onde as abelhas tiravam o pólen para fabricar aquele gostoso alimento. Tiff colocou sua pata na colmeia mas as abelhas, deduzindo quais eram suas intenções, partiram para o ataque, como um exército em guerra. Tiff levou tantas picadas que saiu dali com as orelhas, nariz e cabeça inchados e doendo. Sentou-se no chão, encostando-se próximo aos pés da árvore que fazia sombra na caverna onde ele morava e ali ficou, triste por não ter matado sua vontade de comer mel. Nisso, passava por ali um gambá chamado Ludovico e viu a tristeza do urso. Se aproximou e perguntou:
- Ei, Tiff. Por que você está tão triste?
O urso respondeu:
- Estou triste porque não pude comer mel daquela colmeia. Tentei pegar um pouco, mas fui atacado pelas abelhas e agora não posso voltar lá.
O gambá, que era um bichinho muito legal, resolveu ajudar Tiff. Foi até a colmeia com cuidado e falou:
- Donas abelhas, por favor, posso falar um minutinho com as senhoras?
Uma abelha, que estava de guarda na porta da colmeia, se aproximou e falou:
- O que você quer? Não pode se aproximar da colmeia. Se chegar muito perto, vou chamar as demais abelhas soldado para atacá-lo.
- Não, por favor dona abelha, eu vim em paz. Eu quero falar com sua líder.
A abelha respondeu:
- Espere um momento. Vou ver se a rainha pode lhe atender.
A abelha entrou na colmeia e saiu alguns momentos depois:
- Espere um minuto, gambá, que a rainha irá lhe atender.
Nesse momento, saíram da colmeia dezenas de abelhas soldado e se posicionaram em frente a colmeia, fazendo duas filas, uma em cada lado, formando um corredor. Por dentro desse corredor, a abelha rainha foi passando, em direção a Ludovico. Ela era linda, toda enfeitada com pétalas de flores e folhas das árvores. Ao se aproximar de Ludovico, outra abelha adiantou-se das demais e, em voz alta, anunciou solenemente:
- “Vossa majestade, a Rainha Flora”.
A rainha se aproximou do gambá Ludovico, olhou-o nos olhos e falou:
- Não é comum outro animal querer conversar com as abelhas. O que você quer? Nós somos muito ocupadas, trabalhamos bastante enquanto o tempo está quente, armazenando alimentos para o inverno, quando não há flores e não podemos sair da colmeia.
- Majestade, meu nome é Lodovico. Eu vim por causa de uma amigo, o urso Tiff. Ele adora mel e não consegue pegar um pouco, porque vocês o atacaram. Ele está muito triste.
A abelha ficou zangada e falou:
- Aquele urso safado? Todo ano ele vem aqui e pega todo o mel da nossa colmeia. Ficamos com pouco alimento para o inverno e temos que racionar para não morrermos de fome. E como se não bastasse, ele mora em uma caverna cercada de flores por todos os lados. São as melhores flores da floresta. Com elas, nosso mel fica muito mais gostoso e nutritivo. Só que o danado do urso não nos deixa colher o pólen daquelas flores. Sempre que alguma abelha se aproxima, ele corre a afugentá-la. Temos que voar muitos quilômetros para conseguir pólen das flores que estão do outro lado da floresta e isso nos cansa muito.
O gambá Ludovico pensou, pensou e por fim, sugeriu:
- Dona abelha rainha, a senhora concorda em conversar com o urso Tiff e resolver essa questão de uma maneira amigável?
- Não confio em ursos, mas concordo em conversar. Mas, avise ao seu amigo que se ele tentar alguma coisa, minhas abelhas soldado vão fazer com que ele se arrependa de ter nascido.
Ludovico voltou até o urso Tiff, que ainda estava triste sentado no chão, encostado no tronco da árvore. Ludovico falou ao urso sobre o encontro que ele havia combinado com a rainha. Tiff pensou por alguns momentos e perguntou:
- Será que as abelhas não vão me atacar quando eu estiver desprevenido? Não confio nessas abelhas.
Ludovico respondeu:
- Não acredito que elas fariam isso, ou já teriam me atacado quando cheguei na colmeia, hoje. Vamos lá, eu tenho uma idéia para resolvermos esse problema.
Tiff concordou em se encontrar com a rainha. Os dois seguiram até a colmeia. Alguns momentos depois, estavam frente a frente com a rainha e sua corte.
- Então, Sr. Gambá. O que tem para me dizer? - Perguntou a abelha rainha.
Ludovico começou a falar:
- Majestade, a senhora e Tiff, meu amigo urso, estão num impasse. Eu tenho uma proposta para fazer a vocês dois. Tiff tem o jardim mais bonito e florido da redondeza. Eu proponho que Tiff deixe as abelhas colherem o pólen das flores do seu jardim. Em troca, todos os dias as abelhas darão um pouquinho do seu mel para que Tiff possa desfrutar dessa delícia. O que vocês acham?
Após alguns momentos de silêncio, Tiff respondeu:
- Acho que não é uma má ideia. Mas tenho medo de que as abelhas ataquem meu filhote Mimo.
A rainha respondeu irritada:
- Nós, as abelhas, não atacamos ninguém por prazer. Só atacamos para nos defender e defender nosso alimento.
- Meu filhote Mimo não vai fazer mal a nenhuma abelha e nem pode atacar a colmeia, pois ele ainda é muito pequeno e não consegue chegar até ela.
- Nesse caso, nós também não lhe faremos mal - respondeu a rainha.
Ludovico falou novamente:
- Então, nada impede que façamos esse acordo: Os ursos não fazem mal às abelhas e as abelhas podem colher o pólen das flores do jardim dos ursos e, em troca, fornecem um pouquinho do seu mel todos os dias. Essa quantidade será suficiente para matar a fome dos ursos e não prejudicará o estoque de inverno das abelhas. O que vocês acham?
Tiff respondeu:
- Se as abelhas concordarem, eu topo.
A abelha rainha falou.
- Com essas condições sugeridas pelo gambá, nós, as abelhas, aceitamos o acordo com os ursos e nos propomos a cumpri-lo.
-Ótimo - disse Ludovico- Acabou a briga entre ursos e abelhas.
A partir desse dia, nunca mais as abelhas foram importunadas pelos ursos ou por outros animais, porque, além de deixar que as abelhas colhessem o pólen em seu jardim, Tiff ainda protegia a colmeia, afugentando qualquer animal que quisesse roubar um pouco de mel. Assim, com as abelhas e os ursos cumprindo o acordo que tinham feito, notaram que, ajudando uns aos outros, a vida se tornou muito mais agradável e as dificuldades eram mais facilmente superadas. A felicidade estava sempre presente na colmeia das abelhas e na caverna dos ursos.
Além de brincar com seu filhotinho, Tiff gostava muito de comer mel. Era seu alimento favorito.
Certo dia, Tiff sentiu uma grande vontade de comer mel. Olhou ao redor e encontrou uma colmeia em uma árvore próxima. Com muito cuidado, se aproximou da árvore, já sentindo o cheiro delicioso daquela guloseima que ele tanto gostava. Era primavera e a floresta estava cheia de flores de onde as abelhas tiravam o pólen para fabricar aquele gostoso alimento. Tiff colocou sua pata na colmeia mas as abelhas, deduzindo quais eram suas intenções, partiram para o ataque, como um exército em guerra. Tiff levou tantas picadas que saiu dali com as orelhas, nariz e cabeça inchados e doendo. Sentou-se no chão, encostando-se próximo aos pés da árvore que fazia sombra na caverna onde ele morava e ali ficou, triste por não ter matado sua vontade de comer mel. Nisso, passava por ali um gambá chamado Ludovico e viu a tristeza do urso. Se aproximou e perguntou:
- Ei, Tiff. Por que você está tão triste?
O urso respondeu:
- Estou triste porque não pude comer mel daquela colmeia. Tentei pegar um pouco, mas fui atacado pelas abelhas e agora não posso voltar lá.
O gambá, que era um bichinho muito legal, resolveu ajudar Tiff. Foi até a colmeia com cuidado e falou:
- Donas abelhas, por favor, posso falar um minutinho com as senhoras?
Uma abelha, que estava de guarda na porta da colmeia, se aproximou e falou:
- O que você quer? Não pode se aproximar da colmeia. Se chegar muito perto, vou chamar as demais abelhas soldado para atacá-lo.
- Não, por favor dona abelha, eu vim em paz. Eu quero falar com sua líder.
A abelha respondeu:
- Espere um momento. Vou ver se a rainha pode lhe atender.
A abelha entrou na colmeia e saiu alguns momentos depois:
- Espere um minuto, gambá, que a rainha irá lhe atender.
Nesse momento, saíram da colmeia dezenas de abelhas soldado e se posicionaram em frente a colmeia, fazendo duas filas, uma em cada lado, formando um corredor. Por dentro desse corredor, a abelha rainha foi passando, em direção a Ludovico. Ela era linda, toda enfeitada com pétalas de flores e folhas das árvores. Ao se aproximar de Ludovico, outra abelha adiantou-se das demais e, em voz alta, anunciou solenemente:
- “Vossa majestade, a Rainha Flora”.
A rainha se aproximou do gambá Ludovico, olhou-o nos olhos e falou:
- Não é comum outro animal querer conversar com as abelhas. O que você quer? Nós somos muito ocupadas, trabalhamos bastante enquanto o tempo está quente, armazenando alimentos para o inverno, quando não há flores e não podemos sair da colmeia.
- Majestade, meu nome é Lodovico. Eu vim por causa de uma amigo, o urso Tiff. Ele adora mel e não consegue pegar um pouco, porque vocês o atacaram. Ele está muito triste.
A abelha ficou zangada e falou:
- Aquele urso safado? Todo ano ele vem aqui e pega todo o mel da nossa colmeia. Ficamos com pouco alimento para o inverno e temos que racionar para não morrermos de fome. E como se não bastasse, ele mora em uma caverna cercada de flores por todos os lados. São as melhores flores da floresta. Com elas, nosso mel fica muito mais gostoso e nutritivo. Só que o danado do urso não nos deixa colher o pólen daquelas flores. Sempre que alguma abelha se aproxima, ele corre a afugentá-la. Temos que voar muitos quilômetros para conseguir pólen das flores que estão do outro lado da floresta e isso nos cansa muito.
O gambá Ludovico pensou, pensou e por fim, sugeriu:
- Dona abelha rainha, a senhora concorda em conversar com o urso Tiff e resolver essa questão de uma maneira amigável?
- Não confio em ursos, mas concordo em conversar. Mas, avise ao seu amigo que se ele tentar alguma coisa, minhas abelhas soldado vão fazer com que ele se arrependa de ter nascido.
Ludovico voltou até o urso Tiff, que ainda estava triste sentado no chão, encostado no tronco da árvore. Ludovico falou ao urso sobre o encontro que ele havia combinado com a rainha. Tiff pensou por alguns momentos e perguntou:
- Será que as abelhas não vão me atacar quando eu estiver desprevenido? Não confio nessas abelhas.
Ludovico respondeu:
- Não acredito que elas fariam isso, ou já teriam me atacado quando cheguei na colmeia, hoje. Vamos lá, eu tenho uma idéia para resolvermos esse problema.
Tiff concordou em se encontrar com a rainha. Os dois seguiram até a colmeia. Alguns momentos depois, estavam frente a frente com a rainha e sua corte.
- Então, Sr. Gambá. O que tem para me dizer? - Perguntou a abelha rainha.
Ludovico começou a falar:
- Majestade, a senhora e Tiff, meu amigo urso, estão num impasse. Eu tenho uma proposta para fazer a vocês dois. Tiff tem o jardim mais bonito e florido da redondeza. Eu proponho que Tiff deixe as abelhas colherem o pólen das flores do seu jardim. Em troca, todos os dias as abelhas darão um pouquinho do seu mel para que Tiff possa desfrutar dessa delícia. O que vocês acham?
Após alguns momentos de silêncio, Tiff respondeu:
- Acho que não é uma má ideia. Mas tenho medo de que as abelhas ataquem meu filhote Mimo.
A rainha respondeu irritada:
- Nós, as abelhas, não atacamos ninguém por prazer. Só atacamos para nos defender e defender nosso alimento.
- Meu filhote Mimo não vai fazer mal a nenhuma abelha e nem pode atacar a colmeia, pois ele ainda é muito pequeno e não consegue chegar até ela.
- Nesse caso, nós também não lhe faremos mal - respondeu a rainha.
Ludovico falou novamente:
- Então, nada impede que façamos esse acordo: Os ursos não fazem mal às abelhas e as abelhas podem colher o pólen das flores do jardim dos ursos e, em troca, fornecem um pouquinho do seu mel todos os dias. Essa quantidade será suficiente para matar a fome dos ursos e não prejudicará o estoque de inverno das abelhas. O que vocês acham?
Tiff respondeu:
- Se as abelhas concordarem, eu topo.
A abelha rainha falou.
- Com essas condições sugeridas pelo gambá, nós, as abelhas, aceitamos o acordo com os ursos e nos propomos a cumpri-lo.
-Ótimo - disse Ludovico- Acabou a briga entre ursos e abelhas.
A partir desse dia, nunca mais as abelhas foram importunadas pelos ursos ou por outros animais, porque, além de deixar que as abelhas colhessem o pólen em seu jardim, Tiff ainda protegia a colmeia, afugentando qualquer animal que quisesse roubar um pouco de mel. Assim, com as abelhas e os ursos cumprindo o acordo que tinham feito, notaram que, ajudando uns aos outros, a vida se tornou muito mais agradável e as dificuldades eram mais facilmente superadas. A felicidade estava sempre presente na colmeia das abelhas e na caverna dos ursos.
Délcio Mores
Parabéns, Professora!
ResponderExcluirObrigada!!!
ExcluirTenho muitas histórias no canal. Visite-nos:
https://www.youtube.com/results?search_query=telma+regia+soares+bezerra
Que lindo! Meu filho amou.
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