O PIRILAMPO, A CIGARRA E O MARIMBONDO






O pirilampo vivia a espalhar sua luz nas trevas da noite do mundo, através de suas canções e poemas. Bonitinho, o pirilampo também cantava sonhos de amor; apaixonara-se por uma cigarra, numa arvorezinha do Cerrado.

Todo aquele que voa livre e espalha sua luz, é odiado. Assim sendo, o pequeno pirilampo passou a ser odiado por um marimbondo malvado, cujo ferrão venenoso era temido por todos. E além disso, patético, o marimbondo fazia versos sem valor para a cigarra, e invejava o voo luminoso do pirilampo.

Mas não foi à toa que Deus, em sua infinita sabedoria, pôs luz no pirilampo. Com sua pequena e humilde luzinha ele iluminava, através de sua poesia, o caminho dos que vagam na noite, solitários.

De tanto tentar dar ferroadas no pirilampo, que voava alto em sua própria luz, o malvado marimbondo acabou morrendo com seu próprio veneno, e além disso, a cigarra, que era inteligente, viu que o marimbondo não era carismático, era azedo, isto sim.

E então, juntos na luz do amor, o pirilampo e a cigarra voaram felizes para sempre nas asas da felicidade.

Moral da história: a maledicente padece e morre sozinho na escuridão de seu próprio veneno.


Rogério Silvério de Farias

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