O fazendeiro viajou para a cidade levando sua família. Sua ideia era a de retornar em pouco tempo, mas como alguns imprevistos o mantiveram longe de casa por período maior que o previsto, os animais domésticos que viviam soltos no terreiro da propriedade rural passaram a sofrer com fome e sede.
Faltava-lhes água e comida, e por isso quase todos se mantinham quietos à sombra das árvores para não desperdiçar as forças que ainda lhes restavam.
Apenas o pavão, apesar de enfraquecido pelo jejum forçado, teimava em desfilar cambaleante pelo quintal, e a cada vez que assim fazia ele não deixava de abrir o leque de sua cauda, exibindo a todos os desenhos multicoloridos com que a natureza pintara as penas que a formavam.
Vendo aquilo, um pintinho perguntou à sua mãe:
- Mamãe, por que o pavão vive abrindo a cauda daquele jeito?
E a galinha respondeu:
- Porque ele é muito vaidoso, meu filho, e a vaidade é um defeito que só acaba com a morte.
Moral da história: Por ser irmã da mentira, a vaidade não cria coisa alguma. Por isso, quanto mais a temos, menos possuímos.
Baseada em uma fábula de Leonardo da Vinci.
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