Morava num sítio afastado da cidade
Com seus pais a pequena Natividade.
Todos os dias caminhava pela estrada
Para ir à escola que ficava na entrada.
Um lagarto, encontrava quase sempre
Mas, pouco a pouco, foi ficando frequente,
Ao ponto de, com ele fazer amizade
E toda a vez que lá passava, por bondade
Do seu lanche um pouco lhe ofertava
Quando saía mais cedo, com ele ficava,
O tempo certo, de não chegar atrasada
Brincando os dois à beira da estrada.
Certo dia, já cansada, no caminho
Sentou-se numa pedra de mansinho
Mas, vencida pelo sono adormeceu,
Sem acordar, a tarde esmoreceu...
Preocupados os pais saíram procurando
Ninguém a tinha visto caminhando...
Ninguém sabia qualquer informação!
Primeira falta à escola, pura exceção.
Na volta acenderam lampiões
Num caminho de preces e orações,
Quando na curva mais larga do caminho
Avistaram-na dormindo qual anjinho.
A seu lado em permanente sentinela
Seu fiel amigo o lagarto, em tutela
Mais adiante, a serpente esfacelada
Mostrava a dura luta enfrentada.
Natividade! seus pais, por ela chamaram
A menina despertou, após a abraçaram!
Porque antes, o lagarto não deixava
Ninguém tocar na amiga que guardava.
Então, ela contou da pura afinidade
Que fizera com o lagarto amizade.
Pela cena, seus pais compreenderam
Tê-la salvo da cobra que encontraram
Armando A. C. Garcia
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